David fugiu para o deserto, e
começaram a reunir em torno de si, todos os indesejáveis da época, a Bíblia
fala que ladrões e assassinos começaram a procurá-lo, formando um pequeno
contigente bélico, o qual o ajudava a se defender das investidas tanto do rei Saul, quanto de outros povos. Quando rei
Saul morreu, David governou a tribo de Judá. E Isboset, filho de Saul, governou o restante de Israel.
Quando Isboset morreu, David foi escolhido por Deus para governar a toda
Israel. Ele foi um homem usado por Deus e fez muitas mudanças a Israel.
DAVI - "Amado"
O oitavo e filho mais novo de Jessé,
um cidadão de Belém. O seu pai parece
ter levado uma vida simples. Não está registado o nome da sua mãe. Alguns
pensam que é a Náas referida em 2Sm 17:25.
Da sua aparência pessoal apenas sabemos que era ruivo, que tinha uns belos
olhos e que era formoso (1Sm 16:12 e 1Sm 17:42).
Tinha por ocupação cuidar do rebanho de seu pai, levando-o até às
regiões montanhosas do interior de Judá.
Do que se sabe da sua história, sem dúvida que se distraía com a sua flauta de
pastor, enquanto assim trabalhava, aprendendo com as lições que os vários
incidentes que se davam à sua volta lhe ensinavam. Os seus primeiros feitos
registados foram os seus encontros com as feras do campo. Ele menciona que
matou um urso e um leão, quando estes tentaram atacar o seu rebanho (1Sm 17:34,35).
Enquanto David, na frescura da sua juventude sadia, estava assim
ocupado com os seus rebanhos, Samuel
fez uma visita inesperada a Belém,
tendo sido ali conduzido pela direcção divina (1Sm
16:1-13). Aí ofereceu um sacrifício e chamou os anciãos de Israel e a família de Jessé para que se lhe juntassem. De todos os
que foram à sua presença, nenhum era o que Samuel
procurava. Mandaram chamar David e o profeta logo o reconheceu como o escolhido
de Deus para suceder a Saúl, que se
afastara dos caminhos de Deus. Assim, em antecipação, ele ungiu-o e David
voltou para a sua vida de pastor. Mas "o Espírito do Senhor se apoderou de
David desde aquele dia em diante" e "o Espírito do Senhor se retirou
de Saúl" (1Sm 16:13,14).
Não muito depois disto, David foi enviado para o palácio, a fim de, com
a sua harpa, acalmar o espírito perturbado de Saúl,
que sofria de uma estranha depressão melancólica. Ele tocou tão bem perante o rei,
que Saúl logo se alegrou e começou a
demonstrar grande afeição pelo jovem pastor. Depois, David voltou para a sua
casa em Belém. Mas não demorou a que
voltasse a ocupar um lugar de proeminência. Os exércitos filisteus e de Israel encontravam-se em guerra e assentaram
arraiais no vale de Elá, a cerca de
26 Km a sudoeste de Belém; e David
foi enviado pelo seu pai até ao arraial, a fim de levar provisões aos seus três
irmãos, que se encontravam a lutar ao lado do rei. Ao chegar ao local, David
(agora com cerca de 20 anos) foi posto ao corrente do que se passava, quando o
campeão dos filisteus, Golias de
Gate, avançou e desafiou Israel.
David pegou na sua funda e com uma pontaria bem treinada, atirou uma pedra
"do seu alforge", que atingiu o gigante na testa e ele caiu sem
sentidos no chão. David, então, correu para ele e matou-o, cortando-lhe a
cabeça com a sua própria espada (1Sm 17:1-58).
Como resultado, os israelitas obtiveram uma grande vitória, perseguindo depois
os filisteus até às portas de Gate e Ecrom.
A popularidade de David, uma consequência do seu feito heróico,
despertou os ciúmes de Saúl (1Sm 18:6-16), ciúmes esses que ele demonstrou
de várias maneiras. Gerou-se nele um ódio amargo para com David e através de
vários estratagemas, tentou matá-lo. As tramas do rei enfurecido, que não podia
deixar de ver como David "prosperava grandemente", mostraram-se
inúteis e apenas tornaram o jovem herói mais querido do povo, mas em especial
de Jónatas, o filho de Saúl. Entre eles formou-se uma amizade
calorosa.
Para escapar à vingança de Saúl,
David fugiu para Ramá (1Sm 19:12-18),
para junto de Samuel, que o recebeu,
passando a viver com os filhos do profeta, que estavam a ser ensinados pelo
próprio pai. Supõe-se que os Salmos 6, 7, 11 tivessem sido escritos nesta
altura. Este lugar ficava apenas a 5 Km da residência de Saúl, que não demorou a descobrir para onde
tinha ido o fugitivo e tentou, em vão, trazê-lo de volta. Jónatas fez um esforço frutífero para
conseguir que o seu pai voltasse a relacionar-se bem com David (1Sm 20:1-43) que, ficando ao corrente desse
facto, preferiu fugir ainda mais para longe, pois não estava certo de ali se
encontrar em segurança. Vamos encontrá-lo primeiro em Nobe (1Sm 21:1-9) e depois em Gate, a principal cidade dos filisteus. O rei
dos filisteus não o admitiu ao seu serviço, como ele assim esperava e David,
então, instalou-se na caverna de Adulão
(1Sm 22:1-4; 1Cr 12:8-18). Aqui e em pouco tempo,
juntaram-se-lhe 400 homens, que lhe deram a conhecer que o consideravam como
seu líder. Foi nesta altura que David, por entre os tormentos e os perigos da
sua posição, gritou: "Quem me dera beber da água da cisterna de Belém"; quando três dos seus valentes
romperam pelo arraial dos filisteus e lhe trouxeram a água pela qual ele
ansiava (2Sm 23:13-17), ele não a
quis beber.
Cheio de raiva por não conseguir apanhar David, Saúl deu ordens para que se massacrasse toda a
família sacerdotal em Nobe, "pessoas que usavam o éfode de linho",
num total de 85 pessoas, tendo sido mortas por Doegue, o edomita. Abiatar, o
filho de Aimeleque, levou as tristes
novas do massacre a David, tendo sido ele o único a escapar.
Ao ouvir que Queila, uma
cidade na fronteira ocidental, estava a ser atormentada pelos filisteus, David
e os seus homens foram até lá, livrando-a dos perigos (1Sm 23:1-14); e depois, com medo de Saúl, ele fugiu para as cavernas da
"região montanhosa" de Judá.
Enquanto ali esteve acampado, no bosque do distrito de Zife, Jónatas visitou-o, transmitindo-lhe palavras
de encorajamento (1Sm 23:16-18). E os
dois, então, se separaram para nunca mais se encontrarem. Saúl continuou a perseguir David que, dessa
vez, lhe escapou à justa.
Mais
tarde estabeleceu-se como rei das 12 tribos, conquistou Jerusalém, aumentou a extensão do território
do reino vencendo todas as batalhas em que se empenhou. Apesar de erros graves
cometidos durante o seu reinado, David tomou sempre o caminho do arrependimento
e o registo dos seus salmos demonstram a devoção que faziam dele um servo de
Deus.